quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PARABÉNS, O do meio!!!

Esta é a BD mais rapidamente feita de sempre! - mas ainda fui a tempo... :D

Já que não sou "moche", como insistes em assinalar, aqui vão muitos moches virtuais (só porque - hoje - não podem ser reais...) hehehe

Transportes públicos - a saga III

Já cá faltava a pérola...

De acordo com a minha experiência em viagens de autocarro, o pessoal da Rodonorte e da Santos desistiu de marcar os lugares, vindo inscrito no bilhete Lugar: s/m (sem marcação, portanto). Na viagem para Lisboa tive o cuidado de verificar e, como sempre, não havia lugares marcados (o que muito me agradou, diga-se, desde já)... Porém, na viagem de regresso, não reparei nesse pormenor...

Introduzido o tema, vamos ao relato do que se passou:

Monstra do Jet7: Menina, o seu lugar não é aí, esse é o meu lugar! Tem que se chegar para lá!
Eu, humilde mortal: Ah! Desculpe, não sabia que havia lugares marcados!
Claro que há, há sempre lugares marcados!
(procurando o meu bilhete, para ver o meu lugar) Não, não há. Por exemplo, quando eu vim para cá, não havia lugares marcados...
Há sempre lugares marcados...
(Arre! Mostrei-lhe o meu bilhete de ida, já que foi esse que encontrei, em vez do que tinha acabado de arrumar!) Não, não há. Vê aqui?
Mas há sempre lugares marcados. (!!!! Vai ser cega e teimosa para o raio que te parta! Levantei-me para ir para o lugar do meu bilhete)
Vai sair?
Pois! Vou para o meu lugar!
Ah deixe-se estar aí!
Pode vir alguém com este lugar no bilhete.
Mas pode não vir ninguém. Deixe-se estar.
Deixei-me estar, porque aquele lugar era à janela - que eu prefiro - e o outro não. E também porque a Monstra do Jet7 podia ser chata mas, pelo menos, não cheirava mal. E nunca se sabe o que me esperava no lugar 31...
Sabe, não pode trazer isso (mochila) para aqui.
Posso, sim. Os motoristas deixam sempre.
Mas não devia poder, porque é uma falta de respeito pelo espaço das outras pessoas.
(a passar-me, com a mochila entre as pernas e as pernas bem apertadinhas) Estou a desrespeitar o seu espaço?!
Não. Mas está a desrespeitar o seu.
Não se preocupe com isso... Eu não me importo.
Sabe? É que eu sou hospedeira de bordo da TAP...
(já cá faltava a síndrome do expertise...)
... e, por vezes, os turistas querem levar tudo com eles, mas não podem porque blábláblá e deve pôr-se a bagagem na parte de cima e blábláblá e já viu como eles aqui põe as malas na bagageira? É uma vergonha, são uns brutos, eu arrepio-me toda e blábláblá...
Hum-hum... pois...
Vê?, eu só trago a carteira e estou aqui à vontade....

Constatando que eu não lhe dava grande conversa, calou-se. Menos de duas horas depois, parámos para almoçar. O motorista avisou para estarmos todos no bus às 13h. E não é que chega a hora e (adivinhem quem) ainda não tinha chegado?... E passam 5 minutos... E passam 10... O motorista decide ir em busca da Monstra do Jet7. "Tão cheia de 9 horas para umas coisas...", comenta uma rapariga simpática do outro lado do corredor. O motorista chega com duas mulherzitas. Olhe, nenhuma destas senhoras é a que ia ao meu lado... Não?!, assusta-se o pobre do homem, que tem horários para cumprir. Eu sei quem é a senhora que falta! Eu vou procurá-la! grita um senhor, lá atrás, cheio de vigor. Em menos de nada, aí que vêm três pessoas em desenfreada correria: o homem cheio de vigor, a Monstra do Jet7 e a amiga da Monstra do Jet7. Ai, desculpem (pausa para recuprar o fôlego) perdemos a noção das (nova pausa, novamente para recuperar o fôlego) horas. Depois, em voz mais baixa, mas não tão baixa quanto isso: Sente-se aí! E a amiga da Monstra do Jet7 sentou-se.

E começou. Do Pombal a Vila Real. Tem que ir àquele restaurante (...) Tem que falar com aquele advogado (...) Ai, fui àquele museu e apareceu o Prof. Cavaco com os explicadores e ainda bem, senão não percebia nada do significado das obras de arte. (...) Os temas dos quadros da Paula Rego são diabólicos (...) Ahahahahah (não, a sério, gargalhada sinistra) (...) 'Tá? É a nani! Olha querida já 'tou a chegar! UFA!!!

Para além da falta de respeito que a Monstra do Jet7 demonstrou por todos os passageiros, dificultou imenso o meu adormecimento, com a sua voz assustadora (para não mencionar as gargalhadas - olha! Já mencionei!) e, ainda por cima, acordou-me (e isto é imperdoável!!) quando levantou a sua mala do chão, e me bateu com ela na perna, desrespeitando o meu espaço, sem sequer pedir desculpa... Estranho, para quem estava tão preocupada com a falta de respeito que estava a ter pelo meu próprio espaço...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Make-a-wish service


Faz com que alguém desista do curso, para eu poder entrar!
Faz!

My sister's keeper

Não li o livro, por isso falarei apenas do filme.

Um filme sobre uma família e uma doença. Um filme sobre uma família cuja dinâmica se movia em função dessa doença. Um filme sobre o amor. Sobre o amor entre dois jovens unidos pelo mesmo destino. Mas, acima de tudo, sobre o amor de uma mãe por uma filha. Sobre o amor da mesma mãe pela outra filha. Sobre o amor que une toda a família.

Sobre o amor entre duas irmãs.
E, no cinema, enquanto toda a gente enxugava a lágrima e fungava o nariz, eu senti a falta d'A mais nova...

Bom filme.

Mas o meu estágio também teve tesourinhos...

* Sabe a sua data de nascimento? Eu sei lá! Eu ainda era tão pequenina quando nasci! (87 anos)

* (falando com um rapaz) Divirta-se agora, porque depois, em chegando a velho... (encolhe os ombros) ... murcha! (92 anos)

* Eu já sou velha, mas não sou maluca (...) Os malucos não sabem o que dizem, tenham 10 ou 100 anos! (91 anos)

* Oh menina, venha-me deitar, que já estou a dormir! (91 anos)

* (No dia de aniversário) Apague as velas! Bah! Quem as acendeu, que as apague! (88 anos)

* (referindo-se ao jogo entre o FCP e o Man. United, dia 15 de Abril deste ano) O Ronaldo marcou... macaco... haviam de lhe furar o cu! (92 anos)

* Você come muito pouco... Não come o suficiente... (...) Eu vou comer! Muito ou pouco? O tal suficiente! (91 anos)

* Já não posso andar. Porquê? Porque tenho os sapatos calçados. (91 anos)

* Ai meu Deus do Céu! Agora, já não há Céu. Não? E Inferno? Inferno há. E Céu também! Olhe, por exemplo, a D. Céu! (91 anos)

* Mas parece que as idades agora já não são como dantes... Agora, são mais pequenas (...) Quem antes tinha 50 anos, agora tem 40! (91 anos)

* Para que serve isto? São exercícios para treinar a memória e atenção. A "atenção"? Mas não me mediu a tensão! (84 anos)

* Sabe quem são os ricos? São aqueles que comem, comem, comem e não dão nada a ninguém... Veja lá, que riqueza!... (91 anos)

* Olhe menina, eu só lhe digo uma coisa: é que hoje em dia já não se podem dizer as verdades! (91 anos)

* Eu não gosto nem nunca gostei de Mirandela!Não diga isso! Olhe que eu nasci em Mirandela! Nasceu em Mirandela? E eu em Bragança. Mas digo-lhe uma coisa: estejamos em Mirandela ou em Bragança morremos na mesma! Por isso, tanto faz. (91 anos)

* Não podemos dizer que não queremos morrer! A não ser quando estamos muito zangados. Mas, depois, vem a verdade, que todos morremos. Não podemos dizer que não queremos! (91 anos)

* Ouvi dizer que a senhora fazia arroz doce sem arroz.. Arroz doce sem arroz?! Olhe: vou-lhe dizer uma coisa. Eu nunca fiz nem nunca vi fazer isso. Mas também não deve ser muito difícil: não há arroz? Põe-se-lhe água! (87 anos)

* Não sabe a idade do seu marido? Eu não. Nunca lhe perguntei! Então, tantos anos casada com ele, e nunca lhe perguntou a idade?! Não. Para quê? Se fosse novo, era para me deixar por uma rapariga mais nova; se fosse velho, era para eu o deixar a ele... (91 anos)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um fim-de-semana de estreias!

1. A primeira prova para concurso público em Lisboa (com cerca de 1200 candidatos admitidos, é a loucura!);

2. A primeira vez a andar de carro com o Mais-que-tudo por Lisboa;

3. A primeira vez a andar no Laguna por Lisboa;

4. A primeira vez a andar de carro com a DC1;

5. A primeira vez a andar de carro com a I. (acho eu);

6. O primeiro cinema visto na fila da frente (não recomendo, de todo)!

êxtase

FRIENDS vai ser filme???

Taquicardia. Falta de ar. Náuseas. Êxtase total!!!

Vejam tudo aqui e não percam o tributo.

domingo, 27 de setembro de 2009

Para ficar bem

eu devia dizer qualquer coisa sobre a vitória do PS e isso, mas acho que até com as eleições nos EUA me entusiasmei mais...

Hoje

fiz um bolo, acabei de ler um livro, comecei outro, vi um filme, andei de bicicleta, visitei a minha avó, tomei banho de água fria, vi o Benfica ganhar 5-0, fiz um daqueles sudokus de contas (com alguma batota e tal, mas fiz..), comi uma laranja à noite, bati o meu record pessoal no Tetris e agora vou ouvir musica até adormecer. Até amanhã, beijinhos.

Ide votar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mais velha, se estás aí...

... pus o jacuze a funcionar.

Banhos de 2 horas... :D

Para quando

os sapatos do traje deixarem de doer?

Que figura linda iamos a fazer, eu e a Mochine, a passar pelas ruas do porto, todas mancas e cheias de calor e - pormenor delicioso - com uma mega embalagem de Ariel nos braços...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Assim, do nada, lembrei-me

Oh mais velha, lembraste quando chamavamos (chamavas tu e eu, por influência) "pêssego" ao gajo do Flipper??

Reconhece-lo?


Oh Paulinha, conta-me histórias, que preciso de me rir..

Realmente, todos os artistas mais ou menos conceituados drogam-se que é uma maravilha..

Selo do abraço

Mais um :D




Desta vez foi a Carla, do Tretas e afins, que nos enviou este fofo selo, com a condição de respondermos a estas questões:


Eu não sou muito de abraços, mas cá vai:
Quem mais gostas de abraçar no presente? Qualquer amigo
Quem nunca abraçarias? Quem não gosta dos meus abraços..
A quem davas tudo para poder abraçar? Aos meus avós
A quem davas o teu melhor abraço? Aos meus roomies, de que já tenho muitas saudades, e à Lélé que fez anos ontem ;)


A Mais Velha:
Quem mais gostas de abraçar no presente? eu gosto de abraços. Mas só daqueles que aprendemos a tocar sem medo e sem desconfiança. Daqueles que, de algum modo, entraram no nosso mundo. Não há nada melhor do que um abraço de alguém assim, e gosto de todos eles, sem excepção...
Quem nunca abraçarias? Nunca é apenas acnun escrito ao contrário :)
A quem davas tudo para poder abraçar? ao meu namorado (damn distance!)
A quem davas o teu melhor abraço? estas perguntas são um bocado repetitivas e já escrevi muito na primeira...


Resta-nos passar o desafio para 6 blogs. E os priviligeados são:
- My Own Little Rambling Space
- Admirável Demência
- the way i am
- coiso e coisas
- Desviantes&Alternativas
- Estupidez aguda

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Desejos às 2:17


Agora, que acabei de dizer isso...

... mas fui interrompida por uma posta d'A mais nova, mas não interessa, tenho a certeza que ninguém vai ler aquela enormidade...

Adiante, o que eu escrevi foi: YES! Yes! como forma de manifestação de contentamento é tão anos 90, não é?...

Actualizem-me: qual o grito do ipiranga mais moderno? Aceitam-se sugestões. :)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

all of these lines across my face... i love them

Adoro cicatrizes. São como recordações em estado físico, mas muito mais pessoais do que fotos ou vídeos. Acompanham-nos toda a vida e lembram-nos episódios engraçados, arrepiantes, misteriosos, ou podem ser simplesmente uma pequena marca de um dia especial.
Para além disso são bonitas porque nos tornam imperfeitos (toda a gente sabe o quão aborrecida é a perfeição) e são também úteis, para sermos identificados por familiares, se a nossa cara ficar irreconhecível num acidente fatal, por exemplo. Também há que considerar que muitas das cicatrizes estão associadas a esta ou aquela pessoa, por isso são a prova de como podemos ser "esculpidos" pelos outros.
Mas acho que o que me fez gostar mesmo delas é o facto de serem só nossas, impartilháveis, únicas e inalteráveis. Poucas são as coisas que reúnem estas qualidades.
Das 5 cicatrizes que tenho, 4 estão na minha metade esquerda: BCG - braço esquerdo; marcas de quando fui mordida - cintura, lado esquerdo; grande arranhão d' O Gato - parte anterior da coxa esquerda; ferida por andar a brincar com a minha sobrinha-prima - pé esquerdo. A do lado direito é no joelho e é a maior delas todas. Aconteceu num dia de verão, durante um jogo de "chama", na Serra da Estrela. Lembro-me de todos os pormenores da altura, mas resumindo, resultou de uma escorregadela de barriga para baixo durante alguns metros em gravilha, misturada com terra e plantinhas... Au.
Claro que isto dito assim não parece nada de especial, mas eu consigo ver na minha cabeça os espaços, as pessoas, os sons e todo o contexto da situação. Tenho a certeza que convosco acontece o mesmo.

Também adoro sinais, mas isso fica para outra altura, que esta posta já ta muito grande ;p

Estágio Profissional: o rescaldo.


Terminou.
Respiro de alívio.
Eu sempre disse: terceira idade? Obrigada, mas não, obrigada.

Lembro-me de uma altura, na faculdade, em que abriu um curso sobre psicogerontologia e uma colega comentou que deveríamos investir nesta área, já que a população está a envelhecer e o mercado de trabalho poderá vir a oferecer muitas oportunidades neste domínio. Eu respondi: "Até pode ser, mas nem pensar!". Ela seguiu a área de Psicologia da Criança e do Adolescente.

E o tempo passou. E formámo-nos. E fomos trabalhar.

O meu primeiro emprego foi numa empresa de consultadoria e formação, como formadora. Chamaram-me e disseram-me que iam abrir um curso e que precisavam de uma psicóloga para dar os módulos sobre Psicologia do Desenvolvimento. Lá fui eu, toda feliz e saltitante... Quando cheguei, deparei-me com um curso EFA de Geriatria. Levei dias a preparar os módulos, pois não pescava nada do assunto (se soubesse, tinha feito o tal curso, na faculdade...), para além de umas noções gerais.

Depois de (apenas...) 10 horas de formação efectiva, chamaram-me de uma instituição, dizendo que tinha conseguido o estágio profissional. Saí da empresa de consultadoria e formação e lá fui eu, toda feliz e saltitante. Pensei que, se ficasse afecta a apenas uma única valência, seria o CAT, em que trabalharia com crianças e jovens em risco. Ainda me lembro de ouvir o meu "patrão": "Você fica no Lar de Idosos XPTO". Sabem aquela cara que vocês fazem quando aquela tia vos dá uma prenda caríssima, mas que vocês odeiam (mais valia que vos desse o dinheiro, aí sim, teriam sabido aproveitá-lo como deve ser...), perante a qual têm de se mostrar emocionalmente entusiasmados, como se não soubessem como fora possível viver sem aquilo até aí? Pronto. Foi essa a cara que eu fiz.

A partir desse momento, o meu cérebro dividiu-se em dois (não me refiro aos hemisférios; esses, já os tinha) e uma constante luta passou a travar-se entre ambas as partes. A "parte boa" via a cena pelo lado positivo: vou desconstruir estereótipos, vai ser uma oportunidade única de crescimento pessoal, vou aprender imenso. Mas a "parte verdadeira" sabia muito bem que isto era tudo uma tramóia para me encher de tretas que, supostamente, apaziguariam o meu espírito atormentado pelo stress.

Nove meses passaram. Depois, três semanas de férias e mais três a repôr os dias em que faltei por causa do mestrado. E só agora é que começa o rescaldo propriamente dito...

Desconstruí alguns estereótipos, é verdade! Mas isto não significa que tenha ficado com uma excelente impressão acerca da velhice... Os idosos são, de maneira geral (e sem querer generalizar) (acabei de me contradizer, não foi?), e, ao contrário do que se possa esperar, tão imaturos! Com aqueles anos todos! Têm comportamentos e atitudes dignos de criancinhas, mesmo (e não me refiro à dependência - embora a dependência afectiva caia um pouco aqui)! É muito difícil acreditar num maual de Psicogerontologia que nos diz que o provérbio "de velhinho se volta a menino" não passa de um mito, quando nos deparamos com estes comportamentos:
- idosos dependentes que fazem chantagem emocional com os filhos para que estes não vão de férias;
- idosas que ficam sem se falar por picuinhices de nada;
- correrem para a cadeira onde uma utente gosta de se sentar, só porque insistem que "não há lugares marcados" e que ela não tem nada que estar sempre ali;
- pedirem às funcionárias que prendam aqueles mais desorientados, para que não mexam em tudo;
- duas idosas passarem a vida a cortar na casaca uma da outra, apenas porque ambas tinham um estatuto social elevado e os filhos são formados em áreas consideradas de prestígio (mas são uns saloios de primeira e um deles até, por vezes, extremamente agressivo para a mãe, devo acrescentar).

Tentei melhorar as relações interpessoais dos utentes, combater a solidão, evitar muitas confusões que se devem, unicamente, à intolerância que existe entre eles. Não consegui. Formei um grupo que começou com 13 pessoas e terminou com 4, imagine-se! A terapeuta não passava de uma incompetente? Provavelmente. Mas a maioria desistiu por estarem no grupo outros de quem não gostavam e, a seguir, outros desistiram porque já não estava no grupo a única pessoa de quem gostavam... Por mais que tentasse, por mais argumentos, por mais motivações, não consegui demovê-los da desistência. Mais uma vez se revela a incompetência da técnica. Mas também um bocado da tacanhez, cabeça-dura e mente fechada desta gente, não? Nota-se muito que não consegui criar uma verdadeira relação de empatia com a maioria dos idosos?...

Mas acreditem que não foi fácil trabalhar como psicóloga neste contexto. Antes de mais, explicar aos idosos a minha profissão... 99% dos utentes deste lar passaram a vida no campo e nunca ouviram falar em Psicologia (alguns, nem conseguirão pronunciar a palavra, quanto mais!). Uns contentam-se com a minha explicação sem nome; outros, pensam que sou médica; outros, ainda, professora. A maioria, não quer saber. Para que servem as minhas intervenções? Isso, acho que ninguém sabe. A começar pelas funcionárias. Eu expliquei! Mas, em muitos contextos, ainda não se valoriza a intervenção psicológica...

Pior do que não ter nome, foi o descrédito e desconfiança (naturais e compreensíveis, tendo em conta o seu percurso de vida!) dos utentes em relação ao meu trabalho... Imaginem o esforço descomunal que tinha que fazer quando, todos os dias, chegava ao trabalho um pouquinho mais desmotivada e encontrava uma série de rostos mal-humorados e que reviravam as órbitas sempre que eu tinha alguma proposta (lá vem a chata que não me deixa lamentar-me dia e noite de não ter nada para fazer...). Talvez as minhas propostas fossem desinteressantes (dada a já referida incompetência da minha pessoa), mas, tendo em conta que as actividades preferidas dos idosos, segundo eles próprios, era "nada"... Isso não se coaduna muito com o trabalho que eu ali poderia desenvolver (mais valia tê-los deixado a "nadar" todo o dia!)... Acreditem que, para mim, foi dificílimo levar alguns utentes a levantarem o rabo da cadeira para realizar qualquer actividade - ou até, a realizarem as actividades ali mesmo, sentados nas cadeiras... Foi dificílimo colocar-me no "ponto de referência do utente" (aulas de Modelos de Personalidade e de Intervenção Picológica com o Prof. Joaquim Coimbra), e nem sempre consegui fazê-lo... Todos os dias contava os minutos para sair, as horas para o fim-de-semana... Chegava a casa emocionalmente esgotada, de tão desmotivada tanto tentar motivar tanta gente "inmotivável"...

Bem, mas nem tudo foi mau! Afeiçoei-me bastante a alguns doentes de Alzheimer, um já em fase avançada da doença, que comunicava de forma muito particular... Tive, com outros, conversas completamente psicóticas que acabavam por me fazer descontrair da realidade diária... E o que eu me ri...

Mas não foi só com as pessoas com demência que me identifiquei mais (esta frase soou terrivelmente mal)... A dona C., a dona G. e o sr. A. não só disponíveis e abertos para participar em todas as minhas propostas, mas também, e principalmente, disponíveis e abertos para receberem os benefícios do que era proposto. Não desfazendo todos os outros utentes que também colaboraram comigo, mas é sempre mais gratificante receber um sorriso e um obrigado do que um suspiro de impaciência, um atormentado outra vez?!, um aliviado já posso ir embora? ou um se eu sabia que era para fazer isto, não tinha vindo (que fique bem claro que NUNCA ninguém foi obrigado a nada e que todos apenas participaram VOLUNTARIAMENTE!). Portanto, concluindo, só gosto de quem dá importância ao que eu faço... É mais ou menos isto...

Para concluir:

o pior
- a (não) orientação da minha (pseudo) orientadora;
- os gemidos dos doentes, os gritos dos desorientados, o ambiente meio hospitalar que se gerava, por vezes (e devido ao qual a carreira de medicina nunca foi alicienate para mim);
- as mortes que ocorreram (tantas!), especialmente a do sr. M. (o tal doente de Alzheimer), a da dona F. (doente psiquiátrica, quanto a mim mal acompanhada e mal medicada, mas quem sou eu?, porém, autónoma e independente, que tentou suicidar-se, atirando-se do 2.º andar e acabou por falecer de complicações secundárias à queda) e a da dona R. (cujos quase últimos minutos de visa presenciei - depois, não aguentei e saí do quarto).

o melhor
- a relação que estabeleci com algumas funcionárias, especialmente a dona I.;
- as respostas e comentários inesperados dos utentes, as longas conversas com a dona L. (quando estava bem-disposta), as pequenas mudanças que observei e que me fizeram sentir que, no meio de tanta incompetência, aí uns 20% do meu esforço valeram a pena! Iu-hu!!
- Ter acabado. A sério. Acho que não suportava nem mais um dia. Nem mais uma hora.

Olhando bem (ou até só de relance), parece que o saldo é negativo... Enfim, é provável que, daqui a uns tempos, quando a situação não estiver tão "quente", eu seja capaz de olhar para isto de outra forma... Não se preocupem que, quando isso acontecer, a posta não vai ser tão grande! :)

ps: Estava a brincar. Eu nunca mais vou escrever sobre o estágio. Ou falar. Ou pensar. Acabou. YES!

pss: Agora, só espero que ninguém ligado ao lar XPTO venha aqui parar... :/ Medo...

domingo, 13 de setembro de 2009

Mais um! :D

O selinho que a P. muito gentilmente nos ofereceu...

Temos que enviá-lo para 5 cantinhos, e aqui vão eles:
1. Cinderela
2. Tretas e afins
3. Desviantes&Alternativas
4. Coisas que nunca direi
5. Paraíso do Inferno

E, agora, o desafio: temos de contar 3 desejos nossos...

Os desejos d'A mais velha:
1. ser seleccionada no concurso da DGSP
2. ou encontrar outro bom emprego nas Lisboas
3. mas vir ao Norte sempre muitas vezes a toda a hora!!! ;)

Os desejos d'A mais nova:
1. ir a Nova Iorque num futuro relativamente próximo
2. ingressar na Cruz Vermelha num futuro relativamente longínquo
3. não fazer do próximo ano um desperdício de tempo

E está! Agora, é a vossa vez!

sábado, 12 de setembro de 2009

na google #1987475619




Eu não sabia

o que era ter um cão de uma semana a chuchar no meu dedo.
É lindo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Oni oni noni dori

Depois do Roaming guy, o C'mon kids!
Pum Txtapum Txtapum Txtapum!!!...

Vais fazer furor!...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Medo!!!... Nojo!!!...


Temos um rato no prédio!!!...

É preto, pequenino e até podia ser um fofinho, querido e amoroso personagem de desenhos animados (a sério que ele até era cutchi-cutchi) se não fosse um rato verdadeiro a correr mesmo à frente dos meus pés... de chinelos, já agora~(eu, não o rato)!... :S

Ainda por cima, tem competências que ultrapassam largamente a sua natureza mamífera: este rato voa!

Acreditem.

A mais nova que diga.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Última semana no Lar

Exercício de estimulação cognitiva (Linguagem):

Qual o contrário da palavra cedo?
Gargalhada.
Por que se ri?
Gargalhada imparável.
Diga-me, está a rir-se de quê?!
Gargalhada irritante.
Mas mas...
O contrário de teso?!
Gargalhada a duas.

É uma alegria trabalhar com surdos de 85 anos... :)

domingo, 6 de setembro de 2009

Ontem à noite

E não só. Todas as noites passadas no Ribeiras a sermos nós próprios, inteiros e genuínos, a cortarmos na casaca do P. até a própria L. se rir disso, a fazermos do mais insignificante pormenor uma piada irresistível. E depois escapulirmo-nos mais cedo, para ainda termos tempo de ver um ou dois episódios do himym.

Mas ontem à noite: o feitiozinho da m*rda; as cuecas de gola alta; e tudo e tudo. Perfeito. "Devíamos falar mais vezes"...



I'm having a good time. D'ont stop me. D'ont stop us.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ora, parece que hoje...

... é o dia dos fenómenos inexplicáveis, ou assim o determina a google.
O arrobazona.com escolheu 10 fenómenos que a ciência não é capaz de explicar, entre os quais:
- OVNIs
- Deja vu
- Fantasmas
- Intuição
- Pé Grande

Para mim, que nunca saí da idade dos porquês, fenómenos inexplicáveis são coisa que me fascina e, por isso, gostaria de acrescentar mais um à lista: homens que insistem em fazer a depilação no peito, axilas e pernas, sem necessidade nehuma. (se o pé grande pode estar na lista, qualquer coisa pode estar na lista..)
Hellooooo!! Vejam se atinam, seus maricas! Primeiro os brincos, depois o cor-de-rosa, agora a depilação.. Porque é que os homens insistem em tornarem-se mulheres?? Eu sei, eu sei, que nós transpiramos beleza, superioridade, confiança e poder por tudo quanto é poro, mas vocês também têm as vossas armas, e pêlos no peito (desde de que não cheguem ao pescoço) é coisa de homem, macho, viril e fértil! A regra do "se não consegues vencê-las, junta-te a elas", não se aplica aqui!



sem querer ferir quaisquer susceptibilidades, claro... isto é para quem lhe servir a carapuça.

Devia haver uma lei contra isto...


Passar toda a manhã de Sábado em limpezas... What a waste!

Conselho de Setembro

Chegámos tarde e, por insensível desprezo nosso, Agosto ficou sem conselho... Por isso, a partir de agora, colocaremos uma posta com o conselho do mês no início do próprio mês, e não no início do seguinte, até porque, agora que penso bem nisso, o contrário não faz grande sentido. Aqui fica, então, o sábio pensamento de Setembro: mais uma frase orientadora das nossas vidas e sem a qual já não podemos viver :)


O homem fraco teme a morte; o desgraçado chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

coffee, please

Por duas vezes esta tarde, ao cumprimentar pessoas com "bom dia", levei como resposta "boa tarde!", em jeito de correcção. Mas eu disse "boa manhã", por acaso? Quer dizer, tá uma pessoa a tentar ser simpática, a estender o "bom" não só para a tarde, mas para o resto do dia, e ainda passa por alienada? O dia tem 24 horas que eu saiba, posso dizer "bom dia" a qualquer hora sem estar fora do contexto. Pa próxima levam com um "bom.. espere aí, deixe-me ver as horas.. quarto paras três" e depois quero ver o que me dizem!

Ou então isto sou só eu a arranjar uma desculpa idiota por, de facto, me ter engado e não querer admitir..

terça-feira, 1 de setembro de 2009

8-1

:D

só de pensar que por pouco não via a primeira parte... oh Mãe, valeu 10 episódios do House, diz la que não...
(obrigada pela dica, TGV)

Cabelo saudável?? Mas cabelo pega resfriado, por acaso?! Já viu algum cabelo fazer "atchim atchim"??

Todos conhecem as publicidades da Herbal Essences, certo? (Oh sim sim siiim!!)

No outro dia fiz uma descoberta maravilhosa: o pessoal da herbal levou a propaganda ao extremo e transportou esse conceito erótico para as embalagens! Aqui ficam alguns exemplos do que pode ler-se no verso de alguns amaciadores:


Caracóis mágicos
Usa-me: Massaja-me como um creme de sonho. Sente como abraço os teus caracóis... e despede-te ao enxaguar.

Volume Invejável
Usa-me: Aplica-me no cabelo húmido, massaja-me. Passa por água. Activa o teu volume!


Brilho radioso
Usa-me: massaja-me no cabelo. Fecha os olhos. Desfruta e depois enxagua. Poderás mesmo sentir um pequeno raio de luz...
Fantástico, fartei-me de rir.

Já que estamos numa de champôs, acho que fracturei um molar ao tentar abrir uma tampa de champô nivea hoje..