sábado, 25 de fevereiro de 2012

Livros de volta à prateleira XXII

"Viagens na minha terra", Almeida Garrett

Ca ganda seca!!! Ok, já posso dizer que li as viagens na minha terra, mas foi um livro que me custou imenso ler e que me ofereceu muitos minutos de soninho no metro...

Já para não referir que fiquei muito decepcionada (com p e mai nada!!!) pelo facto de as viagens decorrerem entre Lisboa e Santarém... Não, não foi mais longe... Mal se pode chamar a isto uma viagem, mas enfim...

Seja como for, Garrett é Garrett, e vale a pena citá-lo aqui mais um pouquinho:

"Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices."

E achei piada também áquelas partes assim deste género:
"- Porquê? Já se acabou a história de Carlos e de Joaninha? - diz talvez a amável leitora.
- Não, minha senhora - responde o autor, mui lisonjeado da pergunta, - Não, minha senhora; a história não acabou, quase se pode dizer que ainda ela agora começa; mas houve mutação de cena. Vamos a Santarém, que lá se passa o segundo acto."

Bom, mas, em conclusão, parece que vou ter que me ficar por Garrett lírico que, esse sim, vale a oena e gosto muito! :)

SPOILER ALLERT:
e aquele final?? Pelamordedeus, uma personagem tão forte, tão intensa, tão importante como Joaninha, e termina deste modo: "Joaninha enlouqueceu e morreu." Pronto, foi o seu fim. Só isto, nada mais. Nem uma descrição épica da sua loucura, do seu tormento e do tunultuoso expiar... nada. Enlouqueceu e morreu, está a história contada! Credo, até me caiu mal.

1 comentário:

Carlos Lopes disse...

Não diga isso, cara visitante do I Blog Your Pardon. Diga antes que é um livro muito exigente para o leitor. É um livro escrito por um erudito, e no pressuposto de ser lido por um leitor muito conhecedor de política, história, literatura... e por aí fora. Depois tem a novela, pelo meio, que foi a forma do autor tentar ir buscar público feminino, até então muito afastado da leitura de jornais. Não se esqueça que é folhetinesca, a edição original. Gosto muito da obra, como se perceberá pelo que aqui lhe escrevo. Obrigado pela visita ao meu blog. Espero por si mais vezes.