As mudanças demográficas no perfil das famílias modernas (diminuição de casamentos, aumento de divórcios e de família monoparentais, diminuição da taxa de natalidade), o debate que se faz sobre as consequências para os filhos da presença ou ausência paterna, o aumento do emprego das mulheres e o seu impacto na redefinição dos papéis parentais, o acréscimo de políticas sobre o papel paterno (como a Lei n.º 142/99 de 31 de Agosto, que permite que o pai tenha direito a gozar de licença de paternidade, desde que a mãe não o faça), as mudanças nas expectativas da sociedade sobre o papel do pai - tornam fundamental a investigação sobre o envolvimento paterno do pai contemporâneo (até porque a que existe é muito escassa...).
Um estudo de Lima (2001) sobre o envolvimento paternal no processo de socialização dos filhos em idade pré-escolar chegou às seguintes conclusões:
- A mãe assume mais responsabilidade no planeamento e organização de actividades relacionadas com a socialização dos filhos, embora a responsabilidade tenda a tornar-se gradualmente mais equitativa;
- O pai está mais acessível para os filhos durante o fim-de-semana do que durante a semana;
- Durante o fim-de-semana, o pai despende 1 hora por dia em actividades tipo Jogo com a criança (actividades realizadas por prazer: conversar, brincar, confortar, jogar com a criança...);
- Ao fim-de-semana, cerca de 60% do tempo de interacção que o pai tem com os filhos é de tipo Paralelo (está com a criança, mas não a interagir directamente com ela);
- O pai despende, num dia de semana, mais de 1 hora e, ao fim-de-semana, cerca de 2 horas, em actividades de prestação de cuidados aos filhos (por exemplo, vestir a criança, cuidar da higiene, alimentar, ...);
- O pai envolve-se mais na socialização dos filhos do que das filhas;
- Os pais mais velhos tendem a assumir mais responsabilidade e estão mais acessíveis e em interacção;
- A ordem na fratria e o temperamento das crianças não parecem ter efeitos no envolvimento paterno na socialização dos filhos;
- Os pais com crenças mais positivas relativamente ao seu envolvimento despendem mais tempo com os filhos em actividades de socialização;
- Quando as mães revelam crenças mais positivas relativamente à participação dos companheiros, eles tendem a interagir com mais frequência com os filhos.
E é isto.
Como conclusão, só sei que o meu pai é um porreiraço! :)
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